Antes
de começar gostaria de pedir desculpa pela minha falta de capacidade
intelectual para escrever as coisas de modo mais literário, sofisticado e sem
recurso ao calão e expressões populares, mas this is who I am!
Comecemos
então pelas Calças:
Cuida-se
de saber se Jorge Jesus (ou um qualquer cidadão) agrediu um Polícia,
representação legal do Estado e promotor da segurança pública, abrindo um
precedente sem par na segurança das competições desportivas, ou se apenas foi o
herói das massas, contra a opressão e “habitual” violência policial.
Claro
que foi o herói das massas, é óbvio!
O
eminente penalista, Professor Rui Pereira, no programa da CMTV de dia 24/09/13,
à noite, veio esclarecer o mais estúpido dos cidadãos (eu) sobre o que são
ofensas corporais tipificadas como crime (bater no polícia), dando como exemplo
algumas competições desportivas – dizia então Rui Pereira – “o jogador que numa
disputa de bola passa uma rasteira ao adversário propositadamente causando-lhe
ferimentos não comete nenhum crime de ofensas corporais, embora seja proibido
pelas regras desportivas” (cito aproximadamente…), acrescentando ainda – “o
boxeur que troca murros com o seu adversário e que o agride abaixo da cintura,
zona pélvica (acrescento meu), não comete nenhum crime de ofensas corporais,
mas apenas viola as regras desportivas”.
Percebi
eu então, o estúpido, que afinal Jesus, mesmo esbofeteando o polícia e
dando-lhe palmadas no braço, não cometeu nenhum crime de ofensas corporais e,
provavelmente, com o andar da carruagem, nem violou nenhuma regra desportiva.
Acrescentou
ainda o penalista: “e temos que ver ainda a questão do dolo (intenção), saber
se agiu com dolo ou mera negligência (sem intenção) ” – ai, e tal, eu tinha
apenas intenção de ajudar o adepto, as bofetadas foram sem intenção…
Também
o ilustre “judiciário”, Francisco Moita Flores, me esclareceu, um ou dois dias
antes no mesmo programa, que “os polícias fazem mal em levarem esta questão
(heroísmo do Jesus) para o lado criminal, isto porque estes polícias, que lidam
com as claques, ocasionalmente levam uma bofetada ou um murro e isso faz parte
da sua “obrigação” (condição) de polícia – levar nas trombas! (cito pouco
aproximadamente…)
Acabemos
no cu, para não me alongar mais:
Cuida-se
de saber se o polícia agiu bem ou se deveria “comer e calar” (se fosse eu tudo
teria sido diferente, pois tinha “respondido” ao heroísmo de Jesus com um belo
dum bofetão nas trombas – embora JESUS tenha dito: “dá a outra face”).
Claro
que deveria comer e calar, é óbvio!
Para
um estúpido como eu, que não percebe nada de “jogos de influências”, “jogos de
poder”, “interesses obscuros”, “altura de campanha eleitoral”, “rácios
policiais nos estádios”, “politiquices desportivas” e afins, é que é difícil
compreender o óbvio.
E
o Ministro da Administração Interna, tão interessado em “moralizar” a segurança
nos estádios, onde estava? Na bancada, ou no camarote VIP?
Nem
piou, em defesa da sua tão grande bandeira – segurança nos estádios, e dos seus
polícias.
Já
não me lembrava: Estamos em campanha eleitoral! Todos os votos contam!
Inclusive os dos Benfiquistas…
Quando
eu tiver a Coragem dos políticos e a Isenção dos dirigentes desportivos e
adeptos deixo de ser POLÍCIA !
E
assim, sem nenhuma “moral”, acaba esta estória!
AF