Uma investigação levada
a cabo pelo SEF e pela GNR desde 2012 desmantelou uma rede de Bósnios que se
dedicavam a furtos, exploração de menores na mendicidade, tráfico de pessoas,
de entre outros crimes.
Os investigadores
constituíram 46 arguidos, mas como todos sabemos, nem sempre os tempos dos
tribunais são os tempos da justiça e, assim, apenas 17 foram identificados e
detidos.
Todavia, quanto a 15
desses 17, os indícios eram tão fortes que ficaram e estão em prisão
preventiva.
Uma das crianças que foi
vítima desta rede, alegadamente filha de um dos arguidos presos, terá sido
ouvida para memória futura e regressou à sua terra natal. Aparentemente, estará
“arrependida” das declarações que prestou e quer desmentir-se!
Afinal tudo parece não ter
passado de uma brincadeira.
Eu imagino o que foi
preciso fazer para que uma criança de 13 anos, vítima de tamanhas atrocidades e
sujeita a processo tão rocambolesco decidisse desdizer-se desta forma no
momento do julgamento.
A defesa, representada
pelo advogado Luís Pedro Proença, adepto da prática Zen, mas claramente
ignorante do que ela representa, decidiu calcar o princípio da imediação da
prova, propondo-se a apresentar um vídeo da criança em que a mesma afirma querer
retractar-se das mentiras que disse contra seu querido e amado pai.
Não se sabe onde e em que
condição terá sido filmado esse vídeo, mas assim que ouvi falar dele,
lembrei-me logo dos vídeos dos Talibans serrando cabeças a ocidentais
arrependidos.
Ora, faltando outros
argumentos, o advogado Zen afirma ainda que o processo está inquinado pelo
facto de uma das tradutoras do inquérito ter uma relação de carácter amoroso
com um inspector do SEF envolvido nas investigações (Ver vídeo).
Refere o causídico que
estamos perante a grave suspeita de falta de isenção e de uma promiscuidade sem
igual.
Ora a promiscuidade e a
falta de isenção estão um pouco por todo o lado e, por muito Zen que se queira
fazer passar o advogado Luís Pedro Proença devia, em nome da dignidade da sua
classe e do respeito pela verdade, ter alguns cuidados.
Efectivamente, este
certamente mui nobre defensor dos direitos, liberdades e garantias, que tem
tido direito a uma extraordinária cobertura mediática, apesar da deplorável
qualidade das suas afirmações, da baixeza dos seus ataques e da fraca
elaboração argumentativa, devia lembrar-se que é casado, nada mais, nada menos,
com Helena Fonseca, jornalista que passou pela TVI e que agora está pela TVL
(Televisão de Lisboa)… é que à mulher de César, como diz o
causídico, não basta sê-lo e… telhados de vidro, há muitos!
MR