Nunca te esqueças de quem és!
Olha-te ao espelho todos os dias e reconhece na tua cara a justiça, a serenidade e a coragem. Na rua, levanta a cabeça com orgulho. Ainda que mais ninguém saiba, estarás lá para nos proteger a todos e, quando necessário, agirás, sem hesitação.
Nunca te esqueças de quem és porque, no dia seguinte, terás de olhar novamente o espelho e continuar a reconhecer na tua própria cara, a justiça, a serenidade e a coragem.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

À mulher de César não basta sê-lo...

Uma investigação levada a cabo pelo SEF e pela GNR desde 2012 desmantelou uma rede de Bósnios que se dedicavam a furtos, exploração de menores na mendicidade, tráfico de pessoas, de entre outros crimes.
Os investigadores constituíram 46 arguidos, mas como todos sabemos, nem sempre os tempos dos tribunais são os tempos da justiça e, assim, apenas 17 foram identificados e detidos.
Todavia, quanto a 15 desses 17, os indícios eram tão fortes que ficaram e estão em prisão preventiva.
Uma das crianças que foi vítima desta rede, alegadamente filha de um dos arguidos presos, terá sido ouvida para memória futura e regressou à sua terra natal. Aparentemente, estará “arrependida” das declarações que prestou e quer desmentir-se!
Afinal tudo parece não ter passado de uma brincadeira.
Eu imagino o que foi preciso fazer para que uma criança de 13 anos, vítima de tamanhas atrocidades e sujeita a processo tão rocambolesco decidisse desdizer-se desta forma no momento do julgamento.
A defesa, representada pelo advogado Luís Pedro Proença, adepto da prática Zen, mas claramente ignorante do que ela representa, decidiu calcar o princípio da imediação da prova, propondo-se a apresentar um vídeo da criança em que a mesma afirma querer retractar-se das mentiras que disse contra seu querido e amado pai.
Não se sabe onde e em que condição terá sido filmado esse vídeo, mas assim que ouvi falar dele, lembrei-me logo dos vídeos dos Talibans serrando cabeças a ocidentais arrependidos.
Ora, faltando outros argumentos, o advogado Zen afirma ainda que o processo está inquinado pelo facto de uma das tradutoras do inquérito ter uma relação de carácter amoroso com um inspector do SEF envolvido nas investigações (Ver vídeo).
Refere o causídico que estamos perante a grave suspeita de falta de isenção e de uma promiscuidade sem igual.
Ora a promiscuidade e a falta de isenção estão um pouco por todo o lado e, por muito Zen que se queira fazer passar o advogado Luís Pedro Proença devia, em nome da dignidade da sua classe e do respeito pela verdade, ter alguns cuidados.
Efectivamente, este certamente mui nobre defensor dos direitos, liberdades e garantias, que tem tido direito a uma extraordinária cobertura mediática, apesar da deplorável qualidade das suas afirmações, da baixeza dos seus ataques e da fraca elaboração argumentativa, devia lembrar-se que é casado, nada mais, nada menos, com Helena Fonseca, jornalista que passou pela TVI e que agora está pela TVL (Televisão de Lisboa)… é que à mulher de César, como diz o causídico, não basta sê-lo e… telhados de vidro, há muitos!


MR