Nunca te esqueças de quem és!
Olha-te ao espelho todos os dias e reconhece na tua cara a justiça, a serenidade e a coragem. Na rua, levanta a cabeça com orgulho. Ainda que mais ninguém saiba, estarás lá para nos proteger a todos e, quando necessário, agirás, sem hesitação.
Nunca te esqueças de quem és porque, no dia seguinte, terás de olhar novamente o espelho e continuar a reconhecer na tua própria cara, a justiça, a serenidade e a coragem.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O pomo da discórdia



Cá está o pomo da discórdia, mais uma vez lançado pela Valentina Marcelino, a amiga do General Carlos Chaves e do Superintendente-Chefe Oliveira Pereira. 


Agora mais do primeiro, uma vez que o outro já não tem nada para lhe dar. 


Mas enfim, o excessivo tu-cá-tu-lá com a mais indecente e despudorada das oportunistas teria, mais cedo ou mais tarde, de dar numa coisa destas.

Esta gente que (acha que) manda, ganha certos tiques e manias, chegando a pensar que são invulneráveis, imunes ao veneno.

Mas não se criam víboras como animais de estimação!

Por partes... 

A PSP foi sujeita a uma alteração de estatutos que era necessária mas que saiu completamente do seu controlo e passou a ser gerida contra sua vontade e segundo os desígnios obscuros de gente que a história nunca nomeará e de outra gente que teremos vergonha de nomear.

Quer a estrutura hierárquica, quer os sindicatos combateram um sem número de bizarrias que o anterior governo tentou implementar, numa reforma que, se estava mesmo a ver, teve este resultado desastroso.

Todos correram para cortar a sua parte deste apetecível bolo que tinha de ser destruído e consumido avidamente. Um monte de ignorantes quis retalhar a Polícia. Uns queriam fazer dela mais um serviço da administração, enfiada num modelo mais próprio de uma qualquer repartição pública ineficiente, outros achavam que a sua estrutura deveria ser comprimida, outros pensaram que os ordenados eram todos demasiado altos, outros nem por isso e como em toda a legislação que se cria em Portugal, a manta começou a ser construída destes retalhos, tricotados pelos ignorantes cheios de si que nos governam; os que são eleitos e que os povoam a administração pública, enfiados nos recantos escuros dos aparelhos ministeriais.

De entre outras injurias legislativas, a PSP, ao contrário das forças armadas e da GNR, foi incluída no âmbito da Lei 12-A/2008 como se se tratasse de um serviço da administração pública como qualquer outro, sem as especificidades que saltam à vista.

Todavia, essa inclusão foi feita apenas para os apertos, para as restrições e para as limitações, porque, para o resto: os direitos, as vantagens e as regalias da administração, sempre se vai recordando que a PSP é especial e que não pode ser tratada de igual forma porque é diferente.


Por isso, em toda a administração se ganha pela posição que se ocupa mas na PSP não pode ser (recorde-se a vergonha dos recrutamentos excepcionais e das graduações que acontecem com outros nomes por todo o lado); por isso na administração se ganham horas extraordinárias e na PSP não pode ser; e desfiaríamos o infindável novelo de contradições...  


A excepção à lei 12-A/2008 quer para forças armadas, quer para a GNR (tão incompreensível como a inclusão da PSP), protegeu essas organizações dos ataques seguintes, sendo que também aproveitaram para agarrar o que foi possível antes que o pagode desse conta... algumas coisas ainda foram vistas a tempo: assim que puderam, os senhores das forças armadas mandaram passar toda a gente para as novas tabelas remuneratórias e fizeram imediatamente os ajustes salariais, borrifando-se para a lei como só os militares podem e sabem fazer, esgotando o seu orçamento e depois vindo a público choramingar por causa da falta de dinheiro. 

Ora, segundo se soube, a inclusão da PSP nessa malfadada lei 12-A/2008 foi um acto de caprichosa loucura dos boys do Ministério das Finanças, que pretendeu destruir a hierarquia, demolir a acção de comando, separar as carreiras como se arrancasse as tripas a um animal moribundo, atirando cada peça para seu lado.

Foi esse o primeiro passo para colocar todos contra todos.

É verdade que o novo estatuto da PSP prevê melhorias salariais para todas as carreiras da Polícia.

Essa foi a vitória com sabor a derrota, uma vez que quem assinou o diploma, sabia bem que não iria pagar nada a ninguém.



Aquilo que, inicialmente, parecia ser uma boa ideia para fazer justiça aos polícias todos, dando-lhes um vencimento mais digno da sua função, foi o que serviu para por agentes, chefes e oficiais num saco de gatos.

A PSP, ainda assim, agiu como pode.

Por isso não deixa de ser verdade o que diz o porta-voz da Polícia, procurando justificar-se perante as invectivas cobardes da Valentina: a PSP cumpriu a Lei que o governo lhe impôs, com os recursos que o governo lhe deu.

Agentes, Chefes Principais e os Directores Nacionais, foram imediatamente colocados nas posições remuneratórias que lhes couberam e nunca foi feito segredo disso - tratava-se da Lei e ela foi cumprida para esses oficiais, como foi cumprida para os chefes principais e para os agentes.

Afirmar que estas valorizações foram feitas à "socapa", em "segredo" é agir de má fé, mas isso é habitual na Valentina e, um dia, saber-se-á, sem margem para dúvidas, quem é que que a senhora anda a servir - porque não se trata certamente da verdade!

Afirmar que esses oficiais se aumentaram a si próprios, dá a entender que tinham descricionariedade e eram uma espécie de tiranos de arma à cintura a dividir o saque retirado aos pobres oprimidos num qualquer país do 3.º mundo.

É preciso recordar que o início das restrições orçamentais começa depois da publicação dos estatutos que, para as forças de segurança e em particular para a PSP, foram bastante mais restritivos do que para as forças armadas, apenas para dar um exemplo.


Basta dizer que para a tropa, o subsídio da condição militar foi imediatamente aumentado em 20%, enquanto que o subsídio das forças de segurança seria aumentado até esse valor em quatro anos... é claro que não foi, nem será!!!


A Inspecção das Finanças não visitou e fiscalizou apenas a PSP, também fez o que pode nas forças armadas e na GNR e não parece que a Sr.ª Valentina esteja interessada em trazer a público o que esses relatórios dizem, o que, não nos causa surpresa, conhecendo os indivíduos com quem costuma acompanhar.


Agora, o novo ministro parece estar a tentar compor as coisas, anunciando que vai regularizar as distorções salariais criadas por estes estatutos e, apesar da PSP ter cumprido a lei, vai deixá-la a marinar, para correr a resolver o problema da GNR que, aparentemente é mais grave... resta saber exactamente em quê! Uma olhadela ao que tem sido o orçamento da GNR comparado com o da PSP deixa-nos a todos algumas questões sobre como se tem gasto dinheiro entre aqueles tropas disfarçados de polícia. 

Mas regressando ao cerne da questão.


Os polícias estão a deixar-se levar pelo velho adágio: em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!


Parece-nos que há tanta razão para atirar pedras aos directores da PSP, como aos chefes principais e aos agentes... razão nenhuma.


Guardem as pedras para aqueles que nos colocaram nesta situação.


Hoje mais do que nunca é preciso cerrar fileiras porque, não tenhamos dúvidas, a chuva de notícias que surgem contra a PSP não é inocente.


Do ofensivo "manual do polícia corrupto", às colunas de areia e matéria fecal do Sr. Carlos Anjos, passando pelas atoardas da Valentina que não se quedará certamente por aqui, estamos todos sob um violento ataque que pretende desacreditar a PSP e demonstrar que se trata de uma organização falível, improdutiva, incompetente e corrupta.


Essa imagem é fácil de passar através de três ou quatro clichés destrutivos que pegam sempre bem.


A defesa pela verdade é sempre bloqueada por quem detém o acesso à comunicação social, a qual, está longe de ser livre.


Não há comunicado, conferência ou desmentido que não sirva para colocar mais ênfase na mentira ou na meia-verdade. 


Aqueles que não conhecem a PSP e não querem conhecer verdadeiramente o que a PSP faz ou a gigantesca dimensão da sua importância na segurança interna encarregar-se-ão de repetir as aldrabices que lhes impingem... assim se destrói a imagem e reputação de uma grande instituição.


Trata-se de um clássico... nada de novo!


Resta saber o que cada um de nós está disposto a fazer para garantir que não nos roubam a dignidade que merecemos.


DS/CC