O Correio da Manhã, conhecido pasquim para as massas lusas, especializado em desinformação, prenhe de javardice, "reality", "trash TV", facadas, sangue, escandaleira latina, detalhes de alcofa, anúncios eróticos e comentadores pseudo-intelectuais, editou durante muito tempo (tempo demais, dirão alguns) as crónicas do Sr. Carlos Anjos, Presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da Polícia Judiciária.
Nessas crónicas, Carlos Anjos, defendeu a sua dama como pode. Quase sempre, tendo pouco para mostrar, atirou pedras aos outros e especializou-se em fazer pontaria ao Ministério Público e à PSP, aparentemente, os "grandes adversários" da sua instituição.
Entretanto, saindo das referidas funções sindicais por ter atingido o limite de mandatos, este Inspector da PJ aparece agora, não a investigar crimes, como seria de esperar de um profissional da investigação criminal, de um Inspector da PJ, mas como Presidente da Comissão de Protecção de Vítimas de Crimes.
Não perguntem... ninguém sabe, é mais uma daquelas coisas que aparecem para dar lustro e dinheiro a alguns.
O curioso é que, depois desta briosa nomeação, o Sr. Carlos Anjos continua com a sua coluna no Correio da Manhã, agora ostentando a dita "comenda" mas mantendo tudo o resto: o discurso corporativista da PJ, o ataque mais ou menos denunciado ao Ministério Público e às forças e serviços de segurança que entende serem concorrentes, etc.
A sua esquizofrenia não é inédita e parece contrair-se para os lados da Gomes Freire. Já o Sr. Moita Flores ora aparece como ex-inspector, ora como historiador, criminologista, escritor, sociólogo, autor de novelas, enfim, um homem do renascimento...
A colunado Sr. Anjos chama-se "Tiro e Queda", não se sabe se é alguma alusão ao número de pessoas que a PJ abateu ou ainda pretende abater, literal ou figurativamente.
De protecção de vítimas de crime, pouco. Mas ainda bem: cada um deve falar apenas do que sabe. Ainda assim, sempre se diz cada asneira...
No dia 7 de Outubro de 2011, o título da coluna foi "Polícia Única", percebendo-se logo que iria falar de vitimação e de protecção de vítimas.
Pois, tiro e queda! Foi mesmo!
Num registo literário digno de quem nunca escreveu um auto de notícia, quanto mais uma crónica jornalística, Carlos Anjos pega na infeliz situação de um cidadão injustamente preso por terem sido forjadas contra si as provas apresentadas em julgamento. De facto um caso que envergonha qualquer polícia e que felizmente foi descoberto.
O "mau" foi um agente da PSPreferindo o Sr. Anjos que"Graças à intervenção da PJ, o sistema funcionou, e da injustiça fez-se justiça." e logo, a conclusão é a de que "Se existisse a tal Polícia Única que alguns defendem" o caso nunca seria descoberto.
Questiona Carlos Anjos "Não haveria tendência corporativa para se defenderem?".
Confessamos que ficámos sem saber se a sua dúvida tem fundamento no que se passa dentro da PJ ou se resulta de 3 minutos de reflexão profunda sobre as origens do universo e o sentido da vida.
Se a PSP fosse como a PJ, "Não haveria tendência corporativa para se defenderem?"
A nossa resposta: Sim!
Mas a PSP não é a PJ e tem-no demonstrado inúmeras vezes, investigando, detendo e apresentando à justiça com enorme profissionalismo, segredo e isenção os seus próprios elementos, sem que isso prejudique ou abale o seu funcionamento ou a confiança dos cidadãos que, de resto, até deveria de sair reforçada!
Tudo o que passa para os escaparates dos disparates, aparece na maioria das vezes no culminar de processos; investigações longas e complexas que se desenrolam na PSP, por PSP contra PSP em favor da justiça e da segurança dos portugueses.
Nesse aspecto, as forças e serviços de segurança têm muito a aprender com a PSP.
O que é público, notório e amplamente conhecido é que a PSP não se inibe de limpar a sua casa... por vezes até limpa a casa dos outros, como o Sr. Carlos Anjos, Presidente da Comissão de Protecção de Vítimas de Crimes, muito bem sabe.
A propósito, qual será a situação profissional do Sr. Carlos Anjos?
Quem o nomeou para tão digno cargo, não se indigna com a esquizofrenia do cavalheiro?
DS